Somos uma no fim

O tempo dirá o curso
do nosso coletivo.
Somos uma no fim.

Algumas são papagaios.
Algumas são falcões.
Algumas são garças.
Algumas são pombos.

Mas no por do sol, somos todas aves
precisando de um lugar para pousar, um ninho
para nos abrigar do vento invernal.
Me veja em você. Te vejo em mim.

Vamos aprender essa dura lição
juntas.
Algumas terão fome. Algumas comerão demais.
Algumas irão congelar. Algumas passarão mal de calor.
Almas recicladas evaporam
e então caem sobre a seca
tela da terra, com a fragrância
da doce aspiração de
um trilhão de vidas vividas.

O amor nos sustenta. O amor nos recria.
O amor permanece depois de todo o sangue,
e de toda a dor.
O amor permanece.
O amor permanece.

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poema de Lyla June Johnston e Joy DeVito, publicado na antologia Article 46 - Liifting Hearts Off The Ground; tradução de Mariana Bandarra